quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

II Congresso Nordestino de Missões



Dos dias 21 a 25 de outubro deste ano de 2013 eu e Felipe tivemos o privilégio de participar do II CNM, em João Pessoa, na Paraíba. Agradecemos ao Betel brasileiro que nos hospedou e a uma irmã da Igreja Metodista em São Paulo que carinhosamente deu uma oferta que quitou nossas passagens. Sem este apoio não haveríamos participado.

O primeiro presente para mim foi conhecer um pouco do Nordeste brasileiro, e mais do sertão nordestino, em uma viagem de ônibus da Barra do Corda (MA) até João Pessoa (PB), passando pelo Piauí e pelo sul do Ceará. Trinta cansativas horas de viagens, ainda mais que vínhamos do fim de semana do “Brincando no Sertão”. Mesmo exaustos e com uma dose de Dramim, conseguimos observar a paisagem e ficamos chocados com dois fatos: a dura realidade da seca e o descaso com a infraestrutura das cidades no estado do Maranhão. Todas as cidades pelas quais passamos fora do estado do Maranhão pareceram ter melhor infraestrutura, organização e limpeza do que as maranhenses. Talvez não conheçamos bem a realidade destas localidades e esta seja apenas uma impressão...

Valeu o sacrifício da viagem. As ministrações, as trocas de experiência e novas amizades com colegas missionários, as devocionais, e o curso de plantação de igrejas vieram de encontro as nossas maiores necessidades! Como Deus é maravilhoso! Alta qualidade das palestras e cursos, com preletores renomados como Russel Shedd, Barbara Burns, Ronaldo Lidório, Hernandes Dias Lopes, Sam Soloman, Aurivan Marinho, entre outros. A JUVEP, em seu site, fez um excelente resumo do conteúdo dos estudos ministrados.

Para mim, o que ficou mais marcado foi a grande necessidade de obreiros que há entre os chamados povos não alcançados dentro e fora do Brasil. Sim, ainda há povos não alcançados no Brasil. Ronaldo Lidório afirma categoricamente: “É injustificável que ainda haja 121 etnias indígenas sem missionários (31 delas no Nordeste). É injustificável que haja cerca de 10.000 povoados ribeirinhos no Norte do Brasil e 700 mil ciganos sem igreja (300 mil ciganos no Nordeste, com menos de 0,5% de evangélicos). É injustificável que haja duas mil comunidades quilombolas que não possuem igreja entre elas e nem no seu entorno. É injustificável que haja seis mil assentamentos no Sertão sem presença de igreja”. De quem é a responsabilidade? Creio que de toda igreja brasileira!

Meu coração arde ao falar de povos não alcançados. Se acreditamos realmente que Jesus pode levar a salvação às pessoas de todos os povos, tribos, línguas e nações, será que não vamos levar o evangelho até elas? Jesus é o próprio evangelho! E o privilégio é nosso em fazer parte deste trabalho maravilhoso, enquanto ajuntamos nosso tesouro onde o ladrão não rouba, nem a traça come nem a ferrugem corrói.


Há, meus irmãos! Quanto constrangimento senti diante da exposição da vida e sofrimento de Paulo feito por Hernandes Dias Lopes. Sabemos e temos experimentado que missão não se faz sem sofrimento. Mas quanta diferença entre o nosso sofrimento e o de Paulo, e mais ainda, entre o sofrimento de Paulo e o de Cristo! A verdade é que temos feito tão pouco! Podemos e devemos nos esmerar mais na obra para a qual Deus nos chamou.

Finalmente, fica o sentimento de desafio e de expectativa. Desafio de colocar em prática tantas coisas novas aprendidas. Expectativa de ver o que Deus irá fazer: "Sem Deus nada acontece, mas com Deus tudo pode acontecer". Que Deus nos fortaleça em Cristo e no seu poder, para resistirmos aos dias maus e, com confiança, fazer conhecido o mistério do evangelho nos rincões do sertão maranhense.

Em Cristo, Adriana Costa Ricieri


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