domingo, 28 de julho de 2013

O município de Fernando Falcão



O município de Fernando Falcão, situado na região central do estado do Maranhão, considerada Alto Sertão, é um local de recursos escassos e condições precárias de vida e habitação. Anteriormente denominado Resplandes, distrito de Barra do Corda, o município foi emancipado em 1994, mas só teve sua sede instalada em 1997. Segundo o site do IBGE consultado em 26/07/2013, Fernando Falcão conta com uma população de 9.241 habitantes em uma área de 5.086,584 km2, e seu bioma é de cerrado.





A população é predominantemente rural e analfabeta. Organiza-se em pequenos povoados ou vilarejos, distantes uns dos outros e ligados por estradas de terra e areia que só são acessíveis a carros com tração nas quatro rodas, devido às suas más condições. São poucos os povoados que têm um posto de saúde e, quando existe o local, não há profissionais qualificados para prestar atendimentos. Alguns povoados sequer dispõem de provimento de energia elétrica, nem através de geradores.

A rotina dos habitantes de Fernando Falcão é estruturada basicamente pelo trabalho produtivo: agricultura de subsistência, pequenas criações e caça. As atividades de vida diária e de vida prática, como cuidados com a casa e cuidados consigo mesmo, também são realizadas à custa de grande dispêndio de tempo e energia física, devido à ausência de recursos simples como água encanada, banheiro, e energia elétrica.

Problemas como desnutrição e suas conseqüências para o desenvolvimento, contaminação por doenças infecto-contagiosas, violência, abuso sexual, alcoolismo, e desagregação familiar são parte do cotidiano dos moradores de Fernando Falcão.

A inexistência de serviços e hábitos de saneamento básico é outro grave problema da região. A reportagem denominada “Saneamento Básico: Só 52,2% dos municípios coletam esgoto”, do Jornal Online Vale Paraibano (2002), ao discorrer sobre a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico – PNSB – realizada em 2000, com resultados divulgados em 2002, destaca os "sem nada" - nove municípios brasileiros onde não há nenhum serviço de abastecimento de água, coleta de esgoto ou de lixo. Todas são cidades com menos de 10 mil habitantes, com exceção de Nova Esperança do Piriá, no Pará, que tem 18.893, de acordo com o censo populacional de 2000 do IBGE. Cinco desses municípios se encontram no Maranhão, um no Pará, um em Rondônia, um em Santa Catarina e um no Rio Grande do Sul. Fernando Falcão é um dos municípios que compõe esta lista de “sem nada”.

Segundo dados do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), o IDH de Fernando Falcão no ano 2000 é de 0,498. Isso significa que em um ranking de IDHs dos 5507 municípios brasileiros, Fernando Falcão se encontra em 5489, ou, em ordem reversa, o 18º pior IDH do Brasil.

O IDH pretende ser uma medida geral, sintética, do desenvolvimento humano. Ele mede o progresso de uma nação a partir de três dimensões: renda, saúde e educação. Uma vida longa e saudável (saúde) é medida pela expectativa de vida. O acesso ao conhecimento (educação) é medido por: i) média de anos de educação de adultos, que é o número médio de anos de educação recebidos durante a vida por pessoas a partir de 25 anos; e ii) a expectativa de anos de escolaridade para crianças na idade de iniciar a vida escolar, que é o número total de anos de escolaridade que um criança na idade de iniciar a vida escolar pode esperar receber se os padrões prevalecentes de taxas de matrículas específicas por idade permanecerem os mesmos durante a vida da criança; E o padrão de vida (renda) é medido pela Renda Nacional Bruta (RNB) per capita expressa em poder de paridade de compra (PPP) constante, em dólar.
 
http://www.pnud.org.br/atlas/ranking/IDH_Municipios_Brasil_2000.aspx?indiceAccordion=1&li=li_Ranking2003

Esses são alguns dados que apresentamos a fim de fazer melhor conhecido o município onde atuamos. Vale ressaltar que na chamada “sede” do município existem as igrejas Católica, Assembléia de Deus e Batista. Entretanto, a grande maioria dos povoados não possui presença nenhuma de igreja. Ou conta apenas com uma visita semestral ou anual de um padre católico que vai recolher dízimos e celebrar batismos e casamentos. Esta é a realidade dos povoados onde atuamos: Sítio dos Arrudas, Violete, Buritirana, Caboré, Bacabal, Por Enquanto e Boca da Mata.

São grandes os desafios para a obra missionária. O local não possui atrativos para obreiros – os povoados são pequenos e isolados, sem acesso à telefonia e internet. O acesso à saúde mais próximo é no município de Barra do Corda, e em casos graves, Teresina (PI) e São Luis. A viagem para a cidade só pode ser feita em carros traçados ou motos. O transporte “público” utilizado é o famoso “pau de arara” – Toyota Bandeirantes desprovida de qualquer conforto para o passageiro. São mazelas que o sertanejo enfrenta diariamente e que se tornam parte da vida do missionário que se propõe a viver entre eles. Esses problemas aliados à pequena visão missionária e baixo investimento em missões das igrejas, talvez agravem o fato já constatado por Cristo: “A seara é grande e são poucos os trabalhadores!”.

Ainda assim, acreditamos que Deus há de levantar vocacionados – pessoas interessadas em fazer conhecido o mistério do Evangelho e proclamar as Boas Novas da Libertação em Cristo. Nosso Deus tirou o povo de Israel da terra do Egito. Ele pode e quer tirar o sertanejo de sua situação de exclusão social, extrema pobreza, e todo tipo de escravidão. É um privilégio ser parte deste sonho de Deus para os sertanejos! Queremos ser resposta ao clamor deste povo. Há espaço para atuação missionária e assistência social em tantas áreas, como educação, esporte, lazer, saúde, economia... Roguemos, pois ao Senhor da seara, para que envie mais trabalhadores para o município de Fernando Falcão!

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