Sempre que chamada a falar sobre a Grande Comissão, ou o
chamamento e ordem dados por Jesus à sua Igreja, penso primeiro nos textos de
Marcos e Mateus: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura”
(Mc 16:15); “Ide e fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do
Pai, do Filho, e do Espírito Santo, e ensinando-os a guardar todas as cosias
que vos tenho ordenado” ( Mt 28:19-20). Ir, pregar, anunciar, batizar, ensinar,
são as maiores ênfases dadas nos nossos congressos missionários e em nossas
igrejas locais. E como é importante fazermos estas coisas!
Mas hoje vejo que precisamos aprofundar nossas reflexões e
vivências da Grande Comissão. Porque ela vai muito além de uma mera tarefa a
ser cumprida. Deus requer de nós muito mais do que um “fazer”. E que surpresa
boa ao me deparar com um texto do Jonh Stott! Ele escreveu o que eu pensava mas
não tinha elaborado. Se quiser, confira no link: https://ultimato.com.br/sites/john-stott/2018/08/21/a-grande-comissao/.
Resumindo, ele trás como
referência para grande comissão os textos do Evangelho de João (Jo 17:18; Jo
20:21). Fomos enviados por Jesus assim como Ele mesmo foi enviado pelo Pai. É
claro que não podemos nem precisamos mais realizar a obra salvadora que já foi
definitivamente consumada por Cristo na cruz. Mas cabe a nós, assim como coube
a Cristo, viver para servir e dar nossa vida em resgate de muitos (Mc 10:45).
Stott ressalta a centralidade do serviço cristão e da verdadeira encarnação na
grande comissão.
Mais do que nunca vejo que
precisamos resgatar nosso papel de servos! A disposição para ouvir, aprender,
pegar no sujo e no pesado, desagradando a si mesmo e abrindo mão de confortos, descansos,
sonhos, posses, entretenimentos, direitos. Às vezes abrindo mão da nossa
própria opinião. Tudo isso envolve cruz e sofrimento. Envolve renúncia, humilhação,
perseguição. Envolve morte e cruz. Porque se o grão de trigo, caindo na terra,
não morrer, não pode gerar fruto e vida. Somente depois desta experiência
poderemos usufruir da vida abundante e ressurreta prometida por Cristo a nós! E
também levar outros a acessarem esta maravilhosa fonte de águas vivas!
Não tenho dúvidas de que na
medida em que servirmos no que pudermos - não como servos inúteis fazendo apenas
o que nos foi mandado, mas procurando e criando maneiras de servir e levar o Evangelho
às pessoas – Deus será glorificado e corações quebrantados e alcançados pela
maravilhosa graça de Jesus! Seja através de uma comida que fazemos, um terreiro
que varremos, uma carona que damos, uma ferida que limpamos, uma comida que
compartilhamos, um “sapo” que engolimos, uma lição de casa que ensinamos, um
abraço que ofertamos, uma festinha que organizamos, uma arroz que ajudamos a
panhar, façamos tudo para a glória de Deus e para que vidas sejam alcançadas
por este Evangelho que é poder de Deus para a salvação de todo aquele que nEle
crê!
Que a geração de adoradores lembre que adoração envolve trabalho (serviço)! Deus continua sim buscando aqueles que o adorem em Espírito e em Verdade! Que pela misericórdia dEle Ele encontre em nós servos, que o amam mais do que a própria vida, adorando em Espírito e em Verdade, enquanto cumprimos alegremente, como quem tudo tem (porque quem tem Cristo tem tudo), a ordem dada por Cristo a nós como Igreja.
Adriana Costa Ricieri